Relacionamentos
Estamos no
processo de mudança e desenterrando diversas coisas que nem lembrávamos mais
rsrs Eu costumava fazer rascunhos para o blog em papel e depois passava para o
computador (sou old school pessoal rsrsrs). Enfim, encontrei este rascunho
sobre relacionamentos que escrevi lá em 2011 e como ainda concordo plenamente
com ele rsrs resolvi publicá-lo.
Eu não
acredito que estamos destinados à um único amor. Sabe a ideia de que existe uma
única pessoa esperando por você em algum lugar? Não acredito neste conceito.
Para mim é algo muito conto de fadas para alguém que nunca se viu como
princesa. Amo muito meu marido, mas ele não foi meu primeiro e único amor. Não
acho que os amores que vivi antes são menos importante do que tenho hoje.
Diferente? Com certeza, mas definitivamente não menos importante. Meu marido é
o meu presente e espero que continuemos construindo bases sólidas para o nosso
futuro. Quero morrer velhinha do lado dele. No entanto, nós dois temos um
passado; temos pessoas importantes que nos envolvemos romanticamente e que nos
ajudaram a nos tornarmos o que somos hoje, nos pontos positivos e negativos
também rsrs
Já comentei
aqui no blog que antes de me relacionar com o meu marido eu tinha saído de um
relacionamento de 9 anos. Sempre que falo isso as pessoas se assustam. “Nove
anos e vocês não se casaram?” “O que ele fez?” “Tinha medo de se casar?” “Ele
tinha medo de se comprometer?” Quando digo que ele era uma pessoa maravilhosa a
bomba vira para o meu lado. “O que você fez?” Parece que para um relacionamento
acabar, há-se a necessidade de um culpado monstruoso.
Há um texto
que rola na internet que está assinado por Arnaldo Jabor (não sei se ele é o
autor mesmo. Na internet nem sempre se tem certeza o que é de quem rsrs). O
texto fala sobre relacionamentos e eu acho uma reflexão bem interessante. Ele
começa assim:
“Sempre acho que namoro, casamento,
romance tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.
Detesto quando escuto aquela
conversa:
-
Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos
há tanto tempo...
- 5 anos... que pena...
acabou...
- é... não deu certo...
Claro que deu! Deu certo durante
cinco anos, só que acabou.”
Isto é
exatamente o que penso. Meu relacionamento de 9 anos deu certo, mas acabou.
Durante o tempo que estávamos juntos, as coisas funcionavam muito bem, até que
parou de funcionar e não havia mais motivos para investir. Foi falta de amor?
Não acho. Ele me traiu? Não que eu saiba ou suspeite rsrs Simplesmente chegamos
em momentos diferentes de nossas vidas e não fazia sentido retardarmos os
sonhos um do outro. Por muito tempo andamos no mesmo passo, até que nossos
passos mudaram, e ao invés de estressarmos tentando achar um ritmo, percebemos
que simplesmente nosso tempo como casal havia acabado.
Eu não tenho
nada de ruim para falar do meu ex e isto espanta muita gente. Ele é uma pessoa
incrível. Amigo, honesto, batalhador, cheio de metas e sempre me incentivou a
ter as minhas e lutar para alcançá-las. Bom, já faz muitos anos que não nos
falamos, mas acho difícil ele ter mudado tanto. Ele é essencialmente bom.
Acredito, honestamente, que ele deva ser um ótimo marido para a pessoa com quem
ele se casou. Uma pena que nossa amizade precisou acabar, mas entendo que nem
sempre nossos parceiros toleram amizade com a ex.
O relacionamente
acabou, mas o carinho e respeito que sempre tive por ele continuam intocados.
Ele foi um grande amor e quando olho para o passado não fico incomodada,
machucada ou amargurada. Não, a lembrança do nosso passado juntos traz um
sorriso ao meu rosto e não lágrimas. Não há saudosismo também de que algo tenha
ficado inacabado, nossa história teve começo, meio e fim.
Eu sei que
não é assim para todo mundo. Sei que há muitas pessoas por aí que terminam
relacionamentos por milhões de outros motivos e as coisas não são tão
tranquilas como foi o meus caso. Sei que esta teoria que estou dividindo aqui
não se aplica a todos os casos, mas se aplica ao meu e na verdade parece que
sou um extraterrestre quando falo da pessoa incrível com quem dividi 9 anos da
minha vida. As vezes, a reação de algumas pessoas é de como se estivesse
traindo meu marido por falar do meu passado tão abertamente. Felizmente, marido
entende muito bem o significado do meu passado e sabe que está tudo lá, no
passado. Como temos uma filosofia muito parecida, a coisa flui tranquilamente,
afinal, nem ele nem eu jogamos o nosso passado fora. Cartas, fotos, cartões...
está tudo guardadinho para o dia que tivermos pandinhas (eeee hoje temos um
pandinha rsrsr), eles tenham a oportunidade de “tocar” o passado dos pais
deles.
Nossos relacionamentos
passado acabaram, mas não deixaram de existir. Sou bem feliz com isso. Não vivo
do passado, mas também não esqueço que ele está lá. Afinal, poder olhar para o
passado de forma racional me ajuda muito em refletir sobre o que sou e quero
ser.
Concordo plenamente com voce em tudo o que disse. Sempre falo pro meu marido, relacionamento de casal tem algo chamado amor condicional. Eu te amo enquanto as condicoes deste amor forem boas pra ambos. Pode nao ser romantico, mas 'e a pura realidade. O dia que estiver trazendo mais dor de cabeca e estress nao vale mais a pena. Por isto mesmo que como casal temos que nos esforcar pra fazer o outro feliz. E acho que 'e motivo de orgulho pra mim todos os dias saber que racionalmente ele escolhe continuar ao meu lado e eu ao dele. Nao e uma predestinacao, 'e uma escolha.
ReplyDeleteLia, perfeito, adorei o amor condicional! Eu acho que romantismo demais cria muitas expectativas e na verdade destroem um relacionamento. Lógico que acho importante ter romantismo, mas se não mantivermos um grau de racionalidade, não acho que ambas as partes vão estar satisfeitas. Bjss
DeleteMuito bacana que voce e seu marido pensam igual e levam na boa esse reconhecimento de que relacionamentos passados foram importantes pra formar as pessoas que somos hoje. Eu tambem nao acredito em alma gemea ou que tem uma unica pessoa no mundo reservada pra mim, eu acredito que a gente tem chance de ser feliz um numero X de pessoas, e uma questao de compatibilidade e interesses em comum. Apesar de nao ter assim tanto carinho por algumas pessoas do meu passado, eu reconheco que eles ajudaram a amadurecer minha forma de amar, de aceitar...e por ai vai. Adorei ler a experiencia.
ReplyDeleteBeijinhos
Monique, verdade, eu também acredito que compatibilidade e interesses em comum são de fato o que possibilitam um relacionamento. Acho importante isso, por mais que você teve experiências com pessoas compplicadas, você consegue olhar para trás e ver o que você conseguiu tirar da relação. Bjsss
DeleteCom o meu ex também é assim, é uma pessoa maravilhosa e não tenho nada negativo para dizer dele, mas as coisas simplesmente não deram certo... ele não era a pessoa certa para mim. Não sei se existem almas gémeas mas decididamente existem pessoas que não são as certas. Beijo
ReplyDeleteJoana, acho que este pessoa certa é exatamente a parte que a Lia comentou ali em cima do amor condicional. Não é uma coisa de predestinação, alma gêmeas, simplesmente de interesse mútuo para seguir em direção x ou y. E por isso que acredito que há mais de uma pessoa certa! Bjss
DeleteÓtima reflexão! Vi muitos dos meus pensamentos e experiências nele.
ReplyDeleteObrigada, Mari! Bjss
DeleteAline, entendo o que você quer dizer sobre não existir apenas uma pessoa no mundo para nos fazer feliz. Imagina como seria frustrante tentar achar esta única pessoa no meio de 7 bilhões no mundo? Não acredito em alma gêmea mas acredito que todas as pessoas que passaram por nossa vida tiveram a sua razão de estar ali. Eu não tive muita "sorte" no amor. Era imatura e encontrei pessoas egoístas pelo caminho que me machucaram demais. Hoje vejo que eles ajudaram no meu amadurecimento e me prepararam para hoje ter um relacionamento saudável e feliz com meu marido. Não tenho mágoas, mas não vejo motivos para manter contato. Foram águas passadas. Não acredito em amizades com eles, porque eles nunca me respeitaram como pessoa ou mulher, então não tem motivos para manter contato. Um até me rogou praga! Agora um dos ex a minha vontade de conhecer o mundo separou. Se tivesse ficado no Brasil talvez tivéssemos ficado juntos, não sei. Não era o momento certo. Não brigamos, mas não mantemos amizade por conta da nova namorada que acabou virando esposa. Uma pena. Sei que meu marido tem um passado e ele mantem por lá mesmo, ele também não foi bem tratado e quando uma das ex quis se aproximar pra infernizar eu cortei porque ela era má intencionada mesmo. A gente precisa respeitar partes do nosso passado porque foi o que nos ajudou a ser o que somos hoje. Mas não tenho fotos, e-mails, presentes de ex. Era impulsiva e joguei tudo no lixo numa tentativa de amenizar a dor e limpar a minha vida. Foi melhor pra mim. Mas tenho algumas fotos perdidas que estão lá, perdidas. Não tenho problema em falar do meu passado, mas meu marido não gosta de ouvir, ele fica bravo com quem me machucou hehehe.
ReplyDeletePoxa, Eliana, sinto muito pelas experiências ruins. É verdade, não dá para generalizar a ideia de se "manter" amizades pois cada história é única. Eu só tive namoradinhos que apesar do vários dramas da adolescência rsrs depois de adultos a gente senta para rir das histórias rsrs alguns eu não tenho mais contato e outros ainda rola amizade de FB. No meu relacionamento de 9 anos é igual a sua situação, nós fomos nos afastando conforme a nova namorada dele apareceu. E eu entendo completamente, é bem raro alguém conseguir aceitar algum elo entre exes. Seu marido quer proteger vc, por isso ele fica bravo :-) BJss
DeleteEu não sei ainda bem o que pensar sobre relacionamentos. Eu acho que praticamente não tenho nada bom para falar dos meus ex, pelo menos não romanticamente. No fundo, acho que eu penso que deu errado sim e que todos eles eu já sabia que não daria certo no primeiro segundo, mas resolvi insistir e insistir. Isso me dá muito mais segurança também. Esquisito, né? Mas quando me dizem que terminaram assim, como você terminou, por um descompasso, me dá muito medo de que as coisas sempre sejam assim. Que uma hora fiquei descompassado e fim, simplesmente =(.
ReplyDeleteBem vinda ao blog, Kari! Obrigada pela reflexão e por dividir sua experiência. No geral, relacionamentos são bem difíceis de analisar né? No fundo, cada pessoa é tão única que contar a história a dois é bem complicado... Mas de certa forma, se for tentar enquandrar a reflexão do "dar certo," podemos utilizar como parâmetro a informação que vc deu de que "já sabia que não daria certo no primeiro segundo" e entender que houve a insistência para construir algo que não tinha base para ser construído. Ou seja, nunca teve um período que "deu certo" houve apenas a insistência. E aí que foge da parte da reflexão do Jabour. Eu acredito que relacionamentos são compostos de investimentos diário. algo mais ou menos como o que a Lia comentou ali em cima. Não acho que a gente deve sair de um relacionamento por um descompasso, mas ao mesmo tempo, a ideia de um descompasso é bem generalista e pode abranger muitas coisas. Se duas pessoas tem metas de vida que se tornam ou já começam muito diferente, é pura ingenuidade investir em um relacionamento onde no fim as duas vão se sentir presas. Estas metas de vida podem ser das mais variadas e existem muitas coisas que é possível encontrar um meio termo, mas outas não. Por exemplo: alguém que quer muito ter um filho querer casar com alguém que não quer ter filho. Olha, dificilmente a pessoa vai mudar de opinião e ao não ser que vc mesma tenha a intençao de mudar de opinião, vc não pode esperar que a outra pessoa o faça. Então não é exatamente uma questão de deu certo ou não, a divergência já existia e um dos lados ou os dois lados romantizou e criou expectativas irrealistas. Fiz algum sentido? rsrs Bjss
DeleteMinha mãe sempre diz isso, se foi bom enquanto durou não tem pq guardar rancor só pq não deu certo. Bjosss
ReplyDeleteBem vinda de volta ao mundo dos blogs, Renata!! Olha, Re, tento seguir este conselho da sua mãe para tudo na minha vida: não guardar rancor!! Bjsss
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