A véspera do grande Dia!

Como havia comentado no outro post, a noite que antecedeu o casamento foi cheia de surpresas, já que meu pai resolveu dar um susto em todos.

Após carregarmos ele para fora do restaurante, meu cunhado ligou para o 192 (SAMU-serviço de ambulância), o que eu não indico para ninguém que esteja em uma emergência! Por meu cunhado estar gritando com a atendente milhões de coisas, eu peguei o telefone para tentar contornar a situação. Não preciso dizer que eu queria dar um tiro na atendente pelo telefone, preciso?? Serviço mais ineficiente, impossível.

Sinceramente, acredito que a atendente estava lendo uma cartilha, e qualquer coisa que não estava na cartilha, ela ignorava. Ela me fazia milhões de perguntas que, me desculpem, eram inúteis. Eu já havia avisado para ela que nós tinhamos médicos com o paciente, e a única coisa que eu precisva era uma ambulância, pois ninguém sabia onde era o hospital mais próximo (e vamos combinar, sexta feira à noite na Vila Madalena, só com sirene ligada) Eu terminava de falar isso, e ela me perguntava, "Ele está respirando?" "Senhora, tente conversar com ele e ver se ele está consciente?" Vcs acreditam nisso?? e para piorar, eu perguntei para ela qual era a estimativa de tempo para que uma ambulância chegasse (em um ataque cardíaco cada minuto é crucial) e ela me solta "Não há como estimar, Senhora" Não perdi mais meu tempo, aliás, fui muito calma e deveria ter xingado e desligado na cara dela desde o começo (momento revolta total rsrs)

Bom, desliguei com o serviço incompetente da atendente do 192, e liguei 190. Em 2 MINUTOS, DUAS viaturas chegaram para nos ajudar! De acordo com as pesosas que ficaram no restaurante, a ambulância chegou 20 minutos depois que havíamos partido!

Colocamos meu pai no banco de trás da viatura, e eu fui com ele. Os policiais nos levaram ao Incor em tempo recorde!! O policial que dirigia a viatura em que estávamos, estava realmente comprometido em chegar no hospital o quanto antes, e para isso ele entrou na contra mão, passamos por cima de canteiro que divide pista, e qualquer outra loucura que apenas uma pessoa preocupada com o paciente no banco de trás, faz! Apesar de parecer dirigir como um louco, ele estava completamente consciente para não acabarmos em um acidente!

Chegamos no hospital e uma equipe de emergência estava nos esperando na porta com uma cadeira de rodas. Meu pai não tinha a menor condição de se mover para uma cadeira de rodas, eu mal conseguia mantê-lo acordado. Os policiais estavam tão precocupados, que eles mesmos entraram no hospital, pegaram uma maca e me ajudaram a colocar meu pai para dentro da emergêcia.

Agora, olhando com calma para tudo que aconteceu, milhares de coisas se tornaram cômicas, e ao mesmo tempo triste. Não sou de ficar só apontnado defeitos de nenhum país, reconheço falhas tanto no Brasil quanto no USA, mas sempre elogiei para os americanos os cuidados médicos no Brasil, mas desta vez, a minha experiêcia deixou muito a desejar, pior que com um monte de americanos, médicos, assistindo :(

Eu estou falando do Incor, hospital referência em doenças do coração. Os processo todo não foi traumático com relação ao tratamento, pelo contrário, todos foram hiper simpáticos e nos atenderam muito bem. Infelizmente, eles não foram eficientes, e entre simpatia e eficiência, fico com a eficiência. Nós estávamos no setor privado do Incor, e não no público, então a desculpa (que nunca deveria ser usada) de que era hospital público, não cola.

Eles carregaram meu pai para o setor de emergência, e levou mais de 15 minutos para o meu pai ser medicado e atendido da forma que deveria. Como expliquei antes, com suspeita de ataque cardíaco cada minuto é extremamente relevante, e quando vc têm um paciente que entra no hospital da forma que meu pai entrou, o passos são: verificar pressão arterial, colocar o paciente no oxigênio, dar aspirina, e fazer um eletrocardiograma (não, não sou especialista, mas o marido e os convidados eram). No hospital estavam comigo o marido e o best man, ambos médicos, best man cardiologista, e os dois ficaram extremamente frustrados com o atendimento. Marido tentava de todo modo indicar para a enfermeira o que fazer, enquanto best man foi para a máquina de eletrocardiograma que estava encostada na parede.  Pois é, a sala de emergência virou um circo rsrsrs Hoje eu dou risada com tudo isso, aliás que, no dia seguinte estávamos fazendo piada do marido e do best man, mas eu entendo a frustração deles. Não posso falar de todos os hospitais, mas aparantemente tanto UCSF (São Franciso, onde best man trabalha) qnto UofM (onde marido trabalha) todo este processo é realizado em 5 minutos! Tudo bem, pode vir a explicação de que cada hospital tem sua metodologia, mas quando se falamos de saúde, este tipo de procedimento deveria ser padrão. Eles seguiram todos estes passos, mas demoraram 15 minutos para isso, e em um ataque cardíaco, estes minutos são preciosos. Os médicos do Incor estavam esperando o técnico para fazer o eletro, e todos ficamos frustrados por termos 2 médicos e 3 enfermeiras em volta do meu pai esperando o que fazer.

Uma coisa preciso admitir, todos foram super pacientes com os gringos tentando tomar conta do ER brasileiro rsrsrs Tanto os médicos quanto as enfermeiras foram super educados e pediram apenas para eles se acalmarem, e deixarem eles tomarem conta de tudo. Uma educação que achei super admirável, foram cordiais, de verdade!

Mesmo com a demora para o "pronto" atendimento, a equipe do Incor foi maravilhosa com o meu pai, todas as enfermeiras, técnicos e médicos, foram super prestativos e nos explicaram absolutamente tudo! Lentinhos, mas prestativos!

Foram vários exames, e uma noite inteira no hospital que precisava ser estendida para o dia inteiro, mas como meu pai ameaçou fugir, os médicos o liberaram rsrsrs O susto foi grande, mas conseguimos fazer o socorro em tempo, e super agradeço aos convidados que foram tão eficientes, e tinham as medicações necessárias no bolso!

Passei o casamento inteiro "checando" meu pai, aliás, todo mundo fez isso rsrs vejo alguns vídeos de nós entrando na igreja, e claramente vc ve pessoas perguntando como meu pai estava. Meu pai ficou super pesaroso, achando que ele tinha estragado meu dia, falei para ele e volto a repetir aqui, ele é a prioridade da minha vida, e em nenhum momento eu achei que ele estragou alguma coisa! Poder me casar, só fez sentido pq ele estava lá para me levar até o altar!

From Arquivo Pessoal

Comments

  1. Uau, que aventura a vespera do seu casamento foi. Infelizmente nos ultimos dias em que eu estava pelo Brasil, hospitais publicos e privados estavam um caos, o que acho absurdo pra gente que paga uma mensalidade alta de plano de saude. Mais apesar de tudo o mais importante foi que seu pai foi bem cuidado e que agora ele ta bem, e pode estar no seu casamento deixando seu dia mais especial.
    Beijinhos

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    1. Monqiue, pois é, foi tudo fora do planejado mas no fim deu tudo certo!! Fiquei com medo, e pedi muito para que ele estivesse comigo no casamento, e ele estava, lado a lado ;)

      Bjusss

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  2. Oi Aline!!! Me emocionei com seu post! Q bom q seu pai está bem! Q bom q seu casamento foi um sucesso! Q bom! Q bom!
    Te desejo muitas felicidades, infinitas bençaos e muito amor.

    Com carinho,
    Rebeca

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    1. Oi Rebeca, mto obrigada!! A coisa foi todo mto emocionante para mim, e no fim fez com q o dia ficasse com mto mais motivos para celebrarmos!! Mto obrigada pelos votos e pelo carinho!! Bjusss

      P.S.: preciso mudar o nome do blog, ainda n bolei nada rsrs

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  3. Ah! Agora como vai ser o nome do teu blog?
    "Esposa e expatriada"???

    :)

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  4. Uauuuuu, adrenalina a 1000, fico feliz que deu tudo certo :)

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  5. Ai que bom que ele está bem e que deu tudo certo!
    Vcs já casaram nos EUA tb? :)
    Bjos

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